A presidente Dilma Rousseff deve assinar na próxima semana uma medida
provisória para aumentar, de 5% para 6%, a mistura do biodiesel ao óleo
diesel vendido nas bombas, a partir de julho. A MP deve prever também a
elevação do percentual para 7% em setembro. O objetivo principal da
medida é estimular a fabricação do produto renovável no país, ajudando a
Petrobras a reduzir as importações de diesel fóssil e o déficit na
chamada “conta petróleo”.
Estimativas do setor compartilhadas pelo governo indicam que o aumento da mistura de 5% para 7% reduzirá em 1,2 bilhão de litros ao ano as importações de diesel do país, uma economia anual de US$ 1 bilhão para o caixa da Petrobras. A média mensal de importações de diesel no ano passado foi de 827 milhões de litros, mas em janeiro deste ano o volume importado foi recorde e chegou a 1,25 bilhão de litros. O governo tem segurado o preço dos combustíveis, para evitar repercussão na inflação. E a Petrobras, em seu relatório de maio, indicou uma perda de 30% do seu lucro líquido.
Renováveis estão estagnados
Levantamento inédito do Ministério de Minas e Energia mostra que a produção e o consumo efetivos de combustíveis renováveis no Brasil — biodiesel, álcool anidro e etanol — estão estagnados desde 2010. Neste período, a demanda por combustíveis saltou 14%, mas como não há produção nacional suficiente para atendê-la, a Petrobras teve de importar gasolina e diesel para suprir o mercado.
A favor da medida também pesa o aspecto ambiental, já que estimulará o uso de combustível limpo e renovável para substituir os fósseis. Cada ponto percentual a mais de biodiesel na mistura do diesel é equivalente ao plantio de cerca de 7,2 milhões de árvores, revela relatório “Benefícios ambientais da produção e do uso do biodiesel”, do Ministério da Agricultura, de outubro de 2013.
As principais matérias-primas utilizadas para a fabricação do biodiesel no Brasil são: óleo de soja (quase 70% do total); gordura bovina; óleo de algodão; óleo de fritura usado; gordura de porco; e óleo de frango.
A decisão de ampliar a participação do biodiesel no óleo vendido para os veículos tem amparo técnico no governo já há algum tempo, a partir da experiência internacional. Caminhões que circulam em outros países com motores similares têm tido bom aproveitamento em termos de potência e emissões com a mistura de 7%, conhecida como B7. A adoção do percentual maior como norma nacional esbarrava, porém, na percepção de que mais biodiesel na mistura tornaria o óleo mais caro na distribuição, pressionando a inflação. Entretanto, na conjuntura atual, o diesel importado já está cerca de 20% mais caro do que o biodiesel produzido no Brasil.
Um estudo feito recentemente pela Fundação Getulio Vargas (FGV) serviu para remover as resistências do Ministério da Fazenda à medida, pois mostrou que o aumento de produtividade do agronegócio e a ociosidade das usinas para produção de biodiesel — atualmente em 61% do seu potencial — tornam a mudança da mistura praticamente neutra em relação ao impacto no IPCA.
(O Globo)
Estimativas do setor compartilhadas pelo governo indicam que o aumento da mistura de 5% para 7% reduzirá em 1,2 bilhão de litros ao ano as importações de diesel do país, uma economia anual de US$ 1 bilhão para o caixa da Petrobras. A média mensal de importações de diesel no ano passado foi de 827 milhões de litros, mas em janeiro deste ano o volume importado foi recorde e chegou a 1,25 bilhão de litros. O governo tem segurado o preço dos combustíveis, para evitar repercussão na inflação. E a Petrobras, em seu relatório de maio, indicou uma perda de 30% do seu lucro líquido.
Renováveis estão estagnados
Levantamento inédito do Ministério de Minas e Energia mostra que a produção e o consumo efetivos de combustíveis renováveis no Brasil — biodiesel, álcool anidro e etanol — estão estagnados desde 2010. Neste período, a demanda por combustíveis saltou 14%, mas como não há produção nacional suficiente para atendê-la, a Petrobras teve de importar gasolina e diesel para suprir o mercado.
A favor da medida também pesa o aspecto ambiental, já que estimulará o uso de combustível limpo e renovável para substituir os fósseis. Cada ponto percentual a mais de biodiesel na mistura do diesel é equivalente ao plantio de cerca de 7,2 milhões de árvores, revela relatório “Benefícios ambientais da produção e do uso do biodiesel”, do Ministério da Agricultura, de outubro de 2013.
As principais matérias-primas utilizadas para a fabricação do biodiesel no Brasil são: óleo de soja (quase 70% do total); gordura bovina; óleo de algodão; óleo de fritura usado; gordura de porco; e óleo de frango.
A decisão de ampliar a participação do biodiesel no óleo vendido para os veículos tem amparo técnico no governo já há algum tempo, a partir da experiência internacional. Caminhões que circulam em outros países com motores similares têm tido bom aproveitamento em termos de potência e emissões com a mistura de 7%, conhecida como B7. A adoção do percentual maior como norma nacional esbarrava, porém, na percepção de que mais biodiesel na mistura tornaria o óleo mais caro na distribuição, pressionando a inflação. Entretanto, na conjuntura atual, o diesel importado já está cerca de 20% mais caro do que o biodiesel produzido no Brasil.
Um estudo feito recentemente pela Fundação Getulio Vargas (FGV) serviu para remover as resistências do Ministério da Fazenda à medida, pois mostrou que o aumento de produtividade do agronegócio e a ociosidade das usinas para produção de biodiesel — atualmente em 61% do seu potencial — tornam a mudança da mistura praticamente neutra em relação ao impacto no IPCA.
(O Globo)