Do Diário do Pará
Os professores da rede estadual estão próximos de cruzar os braços por tempo indeterminado e já no dia 6 de maio. A comissão de professores representada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado (Sintepp) rejeitou a proposta apresentada pelo Governo do Estado durante reunião, realizada na manhã de ontem, no Palácio dos Despachos.
O principal motivo para a rejeição foi o índice oferecido. Enquanto aos professores do ensino médio foi indicado mudanças entre 9,93% a 10%, aos professores com nível superior a mudança salarial obedeceria uma variação entre 6% e 7,5%.Desta forma, o patamar apresentado pelo Executivo estadual acabou ficando distante dos 30% pleiteados pela categoria.
Para os servidores que atuam no operacional das escolas, caso do pessoal de apoio, o percentual de reajuste oferecido foi de 12,05%. O governo não apresentou contraproposta para elevação do auxílio alimentação de R$ 100,00 para R$ 300,00, como queriam os docentes. Contudo, o Estado sugeriu a formação de uma comissão mista, formada por representantes do governo e dos professores, a fim de que se discuta os investimentos relacionados ao Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (Fundeb). O Sintepp pede o repasse de 20% do fundo para investimentos no setor.
“Eles (governo) não souberam precisar quanto vai ser oferecido em investimentos para educação”, disse Conceição Holanda, coordenadora do Sintepp. A educadora confirmou a possibilidade da categoria cruzar os braços no próximo dia 6, caso o governo não apresente um nova proposta relacionada aos ganhos salariais dos docentes.
A reunião entre Sintepp e representantes do governo, entre eles Jorge Panzera, subchefe da Casa Civil, durou aproximadamente três horas. Nesse período, dezenas de manifestantes fecharam a avenida Augusto Montenegro, à altura da sede do governo estadual, sentido Icoaraci-Entroncamento. O funcionamento das unidades escolares foi comprometido no período da manhã. Na escola Souza Franco, por exemplo, apenas alguns servidores marcaram presença.
Jorge Panzera lembrou da existência de uma mesa de negociação exclusiva para a discussão com os servidores.“Reafirmamos o nosso compromisso de mantermos os reajustes. Por doze anos os servidores ficaram sem reajustes, a defasagem salarial era de 75%, 78%. Nos últimos três anos, estamos com reforço permanente de oferecermos reajustes acima da inflação”.Ele enfatizou que o atual governo aponta propostas de reajustes mesmo diante da crise econômica, que tem não só afetado o país como o Pará.
Apesar das justificativas, os professores estão em estado de greve. De ontem até o dia 6de maio, os professores estarão percorrendo as escolas da rede, quando debaterão com a comunidade escolar a possibilidade da greve por tempo indeterminado. No dia 6 haverá uma assembleia geral para definir a greve geral. “Estaremos conversando com alunos, professores e pais de alunos para conscientizar sobre a paralisação. Se no período, o governo não apresentar nova proposta, a greve será deflagrada”, adiantou Conceição Holanda.
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