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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

CIMI denuncia desrespeito a populações tradicionais

Francisco Loebens, membro do CIMI
“Nunca os indígenas foram tão desrespeitados quanto hoje”. Essa é a afirmação de Francisco Loebens, membro do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), durante o segundo momento do painel amazônico dois realizado nesta terça-feira (29), no I Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal.
Segundo Francisco Loebens, atualmente são mais de 300 povos, com uma população de 896 mil 917 indígenas, sendo o povo Ticuna o mais populoso, localizado na região do Alto Solimões (AM), fronteira com Colômbia e Peru, com 46 mil pessoas.
Francisco destaca que apesar dos vários problemas envolvendo a questão, existem avanços na garantia de direitos das populações tradicionais a partir das primeiras discussões da Igreja, tendo como ponto de partida o documento de Santarém em 1972, período marcado por vários fatos de violência armada e a implantação dos denominados grande projetos.
O representante da CIMI aponta ainda como avanços a demarcação de terras indígenas - aproximadamente 20% da Amazônia brasileira -, a afirmação étnica, o crescimento populacional, o reconhecimento dos direitos dos povos indígenas, maior articulação das organizações sociais, o aumento da presença da Igreja junto aos povos indígenas, envolvimento dos leigos, além da criação de políticas de atenção à saúde e educação indígena.
No entanto, para Francisco Loebens no Brasil as ameaças continuam sendo, hoje, 443 empreendimentos que impactam as sociedades indígenas. “São projetos impostos, não se discute com estas populações se vai fazer ou deixar de fazer. O máximo que se acena é apresentar os impactos e suas mitigações. Nesse processo não se ouve os indígenas. Esse é um processo da América Latina. Se usa, inclusive, de má fé e aspectos grosseiros na forma de implementação dos grandes projetos”, ressaltou o representante do CIMI.

Texto: Júlio César Guimarães

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