Chegaram ao Pará, na noite do último domingo (27), 71 médicos cubanos de um total de 142 que vão trabalhar em 58 municípios e três Distritos Sanitários Especiais Indígenas no Estado. Os outros 71 chegam a Belém nesta segunda-feira (28), às 19 horas. A vinda dos profissionais estrangeiros é resultado do acordo de cooperação entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que integra o Programa Mais Médicos para o Brasil.
Na primeira etapa, o Pará recebeu 62 cubanos e um brasileiro formado na Argentina, além de 49 brasileiros, sendo que apenas 25 brasileiros permaneceram no Estado. Os novos médicos cubanos desembarcaram no aeroporto da Base Aérea de Belém. Entre as autoridades que receberam os profissionais estavam o secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco, e a secretária de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Esther Bemerguy.
Da base aérea, os médicos seguiram em ônibus militar para o Hotel Matan, em Ananindeua, onde permanecerão até quinta-feira, 31, participando de uma Programação de Acolhimento, que começará nesta terça (29. Será uma série de apresentações para que conheçam a situação epidemiológica do Estado, o funcionamento do sistema de saúde e o papel dos colegiados do Sistema Único de Saúde (SUS) e controle social.
Segundo Helio Franco, o importante do Programa Mais Médicos é que os profissionais, de fato, ficam fixos nos municípios, permitindo um bom trabalho na área de atenção primária, na qual 80% dos problemas de saúde podem ser resolvidos – finalidade dessa iniciativa do Ministério da Saúde. “Os resultados nos indicadores de saúde, como mortalidade, imunização e nutrição, por exemplo, só serão percebidos num prazo de um ano”, ressalvou o secretário.
Helio Franco alertou, ainda, que essa é uma medida emergencial e que o Brasil precisa investir para formar mais médicos brasileiros e fixá-los nos municípios. “O governo do Estado está fazendo a sua parte, investindo em novos cursos de medicina e residências médicas nos municípios do interior do Pará, para fixar mais médicos nas cidades com maior carência”, acrescentou.
Segundo Esther Bemerguy, o governo federal considera que está alcançando o objetivo de reduzir a situação deficitária e melhorar a relação médico-habitante no Brasil, até alcançar a marca ideal de 1,8 médico por mil habitantes. “Estamos conseguindo aumentar a cobertura e atendimento na atenção básica”, afirmou a secretária.
O presidente do Colegiado de Secretários Municipais de Saúde, Charles Tocantins, disse que as informações que chegam dos municípios têm sido positivas e elogiosas à proposta do governo federal, já que a maioria dos gestores municipais tem dificuldade de manter médicos nos municípios. “Em Novo Repartimento, por exemplo, os médicos cubanos estão desenvolvendo um trabalho muito bom, com aproximação da comunidade, assim como em Pacajá, onde estão até cadastrando as famílias”, informou.
O médico cubano Orestes Corcho Perez, 48 anos, atuará no município de Igarapé-Miri, juntamente com mais duas colegas. Com experiência de 32 anos, ele disse que está com boa expectativa em relação ao trabalho no Pará. “Viemos para ajudar o povo brasileiro e cumprir a proposta da presidente Dilma de melhorar a saúde no Brasil”, disse, reconhecendo, por outro lado, que há muitos desafios a enfrentar e novas realidades para viver, apesar de já ter trabalhado no Haiti, Venezuela e Angola. (Agência Pará)

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