Quem pensa em tirar a carteira de habilitação (CNH) a partir do ano que vem, pode se preparar para estudar bastante.
A mudança anunciada na semana passa pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que aumenta a carga horária e modifica o conteúdo dos cursos para formação de condutores, foi apenas o primeiro passo para tornar mais rigorosas as avaliações teóricas e práticas. Agora, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) está em processo para reformular as provas, que ficarão mais difíceis.
Outra mudança em estudo por órgãos e entidades ligadas à mobilidade é a obrigatoriedade de cursos sobre leis de trânsito no currículo dos ensinos Médio e Fundamental. Entre as entidades que apóiam a medida está a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).
Para o diretor executivo da associação, Moacyr Alberto Paes, educadores e professores deveriam ter cursos específicos. “A conscientização no trânsito deve começar na escola. Queremos formar uma geração de pessoas conscientes”, destaca Paes.
Motocicletas - A conscientização no trânsito virou tema de forte debate em 2006, quando Denatran e Contran estabeleceram como tema de discussão o uso das motocicletas, em função do aumento de acidentes envolvendo carros e motos. “A formação do condutor era toda voltada para veículos de quatro rodas. Então, o curso para quem tira a carteira A foi modificado e quem tira a B também aprenderá sobre motos", explica Faria.
Em relação à habilitação para motociclistas, a principal mudança foi o curso prático, que agora pode ser feito em circuito aberto. “Vamos ensinar o pessoal a andar corretamente. A aula prática precisa de maior rigor para que o motociclista não seja simplesmente adestrado", ressalta o representante da Abraciclo.
Custos - O que mais gerou polêmica nas mudanças das regras para a emissão da carteira de motorista foi o possível aumento dos cursos. As auto-escolas ainda não informam qual será o reajuste, entretanto, já afirmam aos interessados que tirar a CNH ficará mais caro. Quem determina preços são os Departamentos de Trânsito (Detrans) de cada estado e os Centros de Formação de Condutores (CFCs). “A inversão de valor está muito grande nesse processo do custo, o que transforma a CNH em um problema social, quando na verdade o problema é depois. Imagina quanto se gasta com acidentes de trânsito, por exemplo. No fim do processo, o impacto do aumento de custo não será nada”, defende o coordenador do Denatran.
Fiscalização - O cerco começa a se fechar em torno dos futuros condutores. Além das últimas mudanças anunciadas, o Contran já estabeleceu prazo para o recadastramento das carteiras antigas e obrigou a utilização da biometria para fazer a confirmação por impressão digital da presença do aluno nos cursos, para evitar fraudes nas assinaturas das listas. O que falta, agora, é intensificar a fiscalização, como já ocorreu com o início da Lei Seca.
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