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| Moradodres Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Sapucuá |
O Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra) fiscalizou a entrega de produtos adquiridos com
créditos concedidos pela autarquia a moradores do Projeto de
Assentamento Agroextrativista (PAE) Sapucuá Trombetas, no Município de
Oriximiná (PA). A ação, iniciada na semana passada, encerrou na
terça-feira (5/11). Ao todo, 337 famílias, de 26 comunidades, foram
beneficiadas. O investimento é de R$ 1.078.400.
Os recursos fazem parte do Crédito
Instalação, modalidade Apoio Inicial, que equivale a R$ 3.200 por
família cadastrada pelo Incra e objetiva atender as necessidades
básicas, bem como o fomento inicial das atividades produtivas
desenvolvidas no assentamento.
O prazo de financiamento é de 25 anos,
com carência de oito anos. A taxa de correção anual é a mesma do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) A.
É a primeira vez que ocorre a aplicação
de créditos do Incra no PAE Sapucuá Trombetas. Os itens mais pedidos
pelos moradores foram motor rabeta, ferramentas para o processamento da
mandioca, como forno para o preparo da farinha, caixas d’água e placas
solares. O motor rabeta é empregado nas pequenas embarcações dos
ribeirinhos, que substituem o remo e agilizam seus deslocamentos pelos
rios.
“Eles [assentados] estão comprando
materiais que não têm. Vão ampliar a cozinha de forno e a casa de
farinha, por exemplo. Isso vai melhorar a vida do trabalhador rural e é
um incentivo para permanecer na terra. Temos o caso de muitos filhos [de
comunitários] que estão retornando para as comunidades”, relata
Lourenço Picanço Amaral, presidente da associação que representa o PAE
Sapucuá Trombetas.
“O Apoio Inicial dá melhores condições
para o produtor se estabelecer e desenvolver os trabalhos produtivos”,
reforça o superintendente do Incra no Oeste do Pará, Luiz Bacelar, que
acompanhou parte da programação de entrega dos produtos às famílias.
O fornecedor que apresentou a proposta
com o menor preço fez a entrega dos itens apontados pelos assentados
dentro das comunidades. Esse processo foi acompanhado por membros da
entidade representativa do assentamento e servidores do Incra.
BENEFICIÁRIOS
O casal Dinalva Souza Siqueira, 35, e
Roberto Cardoso da Silva, 43, são moradores da comunidade Ascensão, onde
nasceram. São agricultores e trabalham com o cultivo de milho, maxixe,
abóbora, batata, macaxeira e, principalmente, mandioca. “Pedimos um
motor rabeta, que vai nos ajudar muito a vender nossos produtos na
feira”, exemplifica Roberto Cardoso. Ele relata que o casal, às vezes,
deixava de ir à feira porque não conseguia carona para o deslocamento
até a área urbana de Oriximiná.
Dinalva e Roberto também receberam
isopor, telhas, caixa para armazenar água oriunda do microssistema de
abastecimento comunitário e forno para torrar farinha. Até então, a
produção do casal era feita num forno emprestado por vizinhos.
O casal Jocilene de Souza Costa, 41, e
Raimundo Rita da Costa, 49, também nasceu e reside no PAE Sapucuá
Trombetas. Agricultores, cultivam frutas e mandioca. “Vendemos tucupi,
tapioca e farinha”, informa Raimundo Costa, que também é pescador. No
assentamento, segundo ele, destacam-se as espécies tucunaré, pacu e
surubim. Dentre os produtos que o casal adquiriu com recursos
disponibilizados pelo Incra, estão forno para torrar farinha, roçadeira e
carrinho de mão.
Francisco Marinho Figueiredo, 44,
agricultor, recebeu motor rabeta, carinho de mão e telhas, as quais irá
empregar na cobertura de um cômodo onde produz a farinha de mandioca.
“Faço a farinha, o beiju, a tapioca e o tucupi. Vendo na feira de
Oriximiná, a cada 15 dias. É da farinha que obtenho a maior renda”,
relata o assentado. (Ascom/Incra)

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