
O Tribunal do Júri da 10ª Vara Penal condenou em sessão realizada na última sexta-feira, 17, Jair Lima Cavalcanti, de 34 anos, que matou com um tiro, no dia 04/07/1995, no bairro da Nova República, sua companheira Doriane Araújo dos Santos, à época com 20 anos e com a qual tinha um filho. O réu alegava que o tiro teria sido acidental, já que no momento em que limpava seu revólver, calibre 38, este disparou, mas os jurados não aceitaram a alegação e o condenaram por maioria de votos.
O juiz Gérson Marra Gomes aplicou a pena de 12 anos de reclusão, em regime fechado, mas como o réu respondia ao processo em liberdade, não decretou sua prisão. Ele tem agora, cinco dias para recorrer da sentença e só será imediatamente preso se não apresentar recurso. Ao proferir a sentença, o juiz Gérson Marra Gomes orientou o réu a não mudar de endereço sem avisar a Justiça, sob pena de ter revogado seu benefício de recorrer da sentença em liberdade e elogiou seu defensor, o Dr. Antenor Rodrigues Lavor Filho, um dos poucos advogados particulares da Comarca de Santarém que
acompanha um processo de homicídio do começo ao fim.
Lavor apresentou duas teses em favor de seu cliente: Desclassificação de Homicídio Qualificado para Homicídio Simples e Desclassificação de Homicídio Qualificado para Homicídio Culposo, mas os jurados não as reconheceram e acataram a tese do promotor Paulo Roberto Corrêa Monteiro, que pediu a condenação por Homicídio Qualificado (recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tipificado no art. 121, § 2º, inciso IV do CPB, cuja pena vai de 12 a 30 anos.
Hostilidade e perdão - A família da vítima, que esteve presente em plenário desde o início do julgamento, demonstrou certa hostilidade contra o réu, e com o anúncio da sentença alguns choraram de emoção. Aproveitando o momento, o juiz exortou os parentes de Doriane que tentem praticar o perdão em relação ao réu e lembrou a lição do líder indiano Mahatma Gandhi quando um hindu questionou-o sobre como perdoar muçulmanos que mataram seu filho, ao qual este respondeu: "simples, adote uma criança". E o hindu questionou novamente se isso substituiria seu filho e Gandhi completou: "adote uma criança muçulmana". O juiz encerrou a sessão dizendo ao parentes da vítima que "perdão não é coisa para alma pequena, e sim para alma grande".
O próximo julgamento da 10ª Vara será nesta terça-feira, 21. Sentarão no banco dos réus, Edivaldo Lima Santos e Nélson Luiz Assunção da Costa, acusados de matar Paulo Lira de Sousa, no dia 03/04/1994, durante um tiroteio em frente a uma danceteria no bairro do Maicá. (Com informações de João Georgios Ninos - Analista Judiciário e Jornalista)
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