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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

75% da riqueza do Estado do Pará está concentrada em 19 municípios

No Pará, 19 municípios têm Produto Interno Bruto (PIB) acima do valor médio de R$ 310,2 milhões, valor correspondente ao PIB estadual de 2006 (44,3 bilhões), dividido pelos 143 municípios do Estado. Os outros 124 municípios paraenses têm o conjunto de sua riqueza situado abaixo da média estadual. Na prática, os 19 municípios mais ricos do Pará concentram 75% do PIB estadual, mostrando que disparidades regionais são grandes não só no âmbito nacional, mas também dentro do próprio território estadual.

Esta é uma das constatações do estudo "Produto Interno Bruto dos Municípios do Estado do Pará - 2006", produzido pela Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças (Sepof), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), divulgado nesta terça-feira (16), na sede da Sepof.

De acordo com a pesquisa, os dez municípios mais ricos do Pará, com as respectivas participações no PIB Estadual (R$ 44,3 bilhões), são os seguintes: Belém (28,21%), Barcarena (8,03%), Parauapebas (6,72%), Marabá (5,91%), Ananindeua (5,56%), Tucuruí (4,67%), Santarém (3,22%), Castanhal (1,85%), Canaã dos Carajás (1,58%) e Oriximiná (1,42%).

Na outra ponta, os dez municípios mais pobres pela participação no PIB são os seguintes: São João da Ponta (0,03%), Santarém Novo (0,03%), Magalhães Barata (0,04%), Santa Cruz do Arari (0,04%), Terra Alta (0,04%), Peixe-Boi (0,04%), Primavera (0,04%), Bonito (0,05%), Palestina do Pará (0,05%) e Inhangapi (0,05%).

O estudo, com informações econômicas dos 143 municípios paraenses, vai subsidiar a implementação de políticas públicas capazes de reduzir tais disparidades, de modo a melhorar o desempenho econômico e a prestação de serviços públicos justamente nas regiões mais carentes do Estado, conforme explicou o secretário adjunto de Estado de Planejamento, Luiz Carlos Pies, em entrevista coletiva para a imprensa.

Também participaram da coletiva os diretores de Socioeconomia e Análise Conjuntural do Idesp, Cassiano Ribeiro, e de Pesquisas e Informações Socioeconômicas da Sepof, Tarcísio Ribeiro, e ainda o presidente regional do IBGE, Antônio Biffi.

"Analisando os números de 2006, vemos que 19 municípios concentram 75% do PIB. Com a distribuição de renda acontece o mesmo: a renda per capita de Jacareacanga é de R$ 1,4 mil, enquanto que em Canaã dos Carajás, ultrapassa R$ 50 mil, ou seja, a renda per capita anual de um é 36 vezes menor que a do outro (município)", explicou Luiz Carlos Pies.

Os 19 municípios mais ricos (produziram 75,4% da riqueza do Estado em 2006, ou R$ 33,4 bilhões), também concentram 50,3% da população (ou 3,5 milhões de habitantes), enquanto os outros 124 municípios, que respondem por um PIB de R$ 10,9 bilhões, têm 49,7% da população, quase a mesma quantidade de pessoas dos 19 municípios mais ricos e que são, por isso, mais populosos.

Maiores da agropecuária - Em relação aos setores econômicos, o agropecuário é o mais bem distribuído entre os municípios em termos de valor, seguido pelos serviços e, por último, pela indústria, setor que está concentrado em poucos municípios.

Em um ranking dos municípios por atividade econômica, os dez maiores do setor agropecuário são: São Félix do Xingu, Santarém, Paragominas, Marabá, Acará, Novo Repartimento, Água Azul do Norte, Santa Maria das Barreiras, Cumaru do Norte e Conceição do Araguaia.

Indústria e serviços - No setor industrial, os dez maiores são: Barcarena, Parauapebas, Belém, Tucuruí, Marabá, Ananindeua, Cananã dos Carajás, Oriximiná, Almeirim e Santarém. No setor de serviços, os dez maiores são: Belém, Ananindeua, Marabá, Santarém, Barcarena, Parauapebas, Castanhal, Paragominas, Tucuruí e Itaituba.

Em termos de variação, os municípios que mais cresceram, entre 2005 e 2006, foram Benevides (crescimento de 49,53% em valor nominal do PIB), Água Azul do Norte (39,81%), Bujaru (32,11%), Tucumã (31,95%) e Capitão Poço (28,48%). A explicação para o crescimento de Benevides, diz o presidente regional do IBGE, Antônio Biffi, é a instalação de uma fábrica de cerveja no município naquele ano (indústria de transformação), com reflexos em várias outras atividades locais.

O mesmo se deu em Água Azul do Norte, onde cresceu o segmento da produçao de carne por frigoríficos, assim como em Tucumã. Em Bujaru houve um aumento considerável na área plantada de mandioca, enquanto que em Capitão Poço, foi o setor de serviços de cresceu.

Integração - Por região de integração, o maior crescimento entre 2005 e 2006 se deu na região do Tocantins (21,92%), seguido de Carajás (17,78%), Araguaia (17,51%), Rio Caeté (17,11%) e Tapajós (14,18%), todos acima do crescimento do PIB em todo o Pará no biênio 2005/2006, que foi de 13,43%. A região de integração que teve o pior crescimento entre 2005 e 2006 foi o Baixo Amazonas, com apenas 2,19%, abaixo da região do Marajó, com crescimento de 7,87%.

As explicações para alto crescimento em algumas regiões comparado ao baixo desempenho de outras serão discutidas em fóruns regionais de gestores públicos, explica o secretário adjunto de Planejamento, Luiz Carlos Pies. A intenção é construir em cada região arranjos produtivos locais capazes de melhorar o desempenho de cada uma delas.

"Tanto o governo estadual quanto o governo federal levam estas informações em conta na hora de elaborar seus planejamentos. Nosso objetivo é aumentar a oferta de serviços, oportunidades, financiamentos e formação de mão-de-obra nas regiões mais pobres, para fixar a população e promover a desconcentração da renda", ressaltou o secretário.

Cassiano Ribeiro, do Idesp, ressalta que a pesquisa do PIB fornece uma radiografia do Estado e que as regiões de integração servem como referência para que o governo direcione suas ações, de modo a gerar mais emprego e renda.

Do site Ecoamazônica

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