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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Hora legal do País será reajustada em um segundo

No último dia do ano (31), exatamente às 21h, observatórios astronômicos do mundo, que têm relógio atômico, acrescentarão um segundo no tempo civil na Hora Padrão do Brasil. Essa decisão foi tomada pelo Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), que funciona na França e é responsável pelo ajuste dos tempos padrão e atômico internacionais. No Brasil, quem participa desta atividade é o Observatório Nacional (ON/MCT), no Rio de Janeiro (RJ), responsável pela hora oficial no País.

O ajuste é necessário para corrigir uma diferença entre os relógios atômicos e o tempo astronômico, gerado pela rotação da Terra. "Existem duas escalas de tempo, o tempo universal, que se baseia na rotação do planeta, e o tempo universal coordenado, que tem como referencial o relógio atômico. Sempre que ocorrem flutuações na rotação da Terra e o movimento acumula uma diferença superior a um segundo, essa fração precisa ser corrigida com a inserção de um segundo intercalado, daí a necessidade do ajuste," explicou o chefe da Divisão da Hora Legal do ON, Ricardo José de Carvalho.

Segundo ele, o último ajuste foi feito em 2005 por causa do Tsunami. O terremoto, cujo epicentro foi no Oceano Índico, em 2004, provocou uma seqüência de maremotos em 26 de dezembro causando destruição nas zonas costeiras da Ásia e da África Oriental.

Césio 133 - O primeiro relógio atômico foi construído em 1949 no Estados Unidos. Em 1955, no Reino Unido, Luis Essen desenvolveu uma versão inovadora que era fundamentada na transição do átomo de Césio 133. O feito do físico levou a uma definição internacionalmente aceita sobre o segundo baseado no tempo atômico.

No Brasil, o primeiro relógio atômico foi instalado em 1969, sendo que o primeiro ajuste ocorreu três anos depois. Até hoje foram feitos no País 23 correções horárias. "O elemento do relógio atômico brasileiro é o átomo de Césio 133. Mas existem outros relógios atômicos como os de hidrogênio e o de rubídio", informou Carvalho.

Para ele, o relógio atômico mais preciso é o de átomo de Césio 133, utilizado pelo Brasil. "Ele tem uma estabilidade a longo prazo muito boa", disse o pesquisador. Carvalho esclareceu que o átomo de Césio 133, não oferece risco à população, e que não é a mesma substância (Césio 137) que causou o acidente radiológico em Goiânia (GO), em 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapia foi furtado das instalações de um hospital abandonado no centro da cidade.

Sincronia - Sem a correção nos relógios atômicos do mundo alguns serviços seriam prejudicados, como a navegação com o Sistema de Posicionamento Global (GPS) e a Internet. Além disso, a posição dos planetas não seria conhecida com exatidão para que as sondas espaciais e espaçonaves fossem lançadas e monitoradas. Em 2011, o relógio atômico brasileiro sofrerá um novo ajuste.

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