Anúncio

Anúncio

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Emprego e salário mínimo devem amortecer crise

O Banco Central afirmou no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado na última segunda-feira (22), que o ainda elevado nível de emprego e as perspectivas para o salário mínimo devem funcionar como "amortecedores" do impacto da crise internacional no Brasil no curto prazo, informa a Agência Estado.

"No médio prazo, porém, pode-se ter um mecanismo de retroalimentação, com as condições restritivas de crédito e a maior incerteza gerando adiamento de decisões de consumo e investimento, que se traduzem em efetivo desaquecimento econômico, de modo que a redução da renda real e o emprego reforçam os impulsos iniciais", afirmou a autoridade monetária no relatório.

"Por outro lado, na medida em que o ponto mais delicado da crise financeira internacional comece a ser superado e os agentes domésticos percebam que não se justificam comportamentos defensivos, tendo como pano de fundo os sólidos fundamentos da economia brasileira, a economia pode paulatinamente retomar sua expansão", acrescentou o BC.

O relatório destaca que a dificuldade de avaliação sobre os impactos da crise na economia brasileira é acentuada pelo fato de que isto ocorre de forma heterogênea entre os setores. "Os mais sensíveis ao crédito tendem a ser os mais afetados, pelo menos na fase inicial. Em particular, bens cuja aquisição implica um comprometimento maior da renda das famílias, seja em termos de parcela das prestações na renda ou de tamanho do período de comprometimento com o pagamento das prestações, tendem a ser mais afetados, pois é natural que no ambiente atual os agentes adiem decisões de compra de maior significância", diz o BC.

Outro fator que para o BC adiciona incerteza ao cenário macroeconômico é a perspectiva de redução da safra agrícola brasileira no ano que vem. "Por um lado, tal desenvolvimento tenderia a conter o crescimento da renda e da atividade em algumas regiões, mormente no centro-oeste e sul do país. Por outro, a redução da oferta agrícola poderia realimentar pressões sobre os preços de alimentos, com potenciais conseqüências inflacionárias", diz o BC.

O relatório de inflação afirma que o Comitê de Política Monetária (Copom) avalia que os sólidos fundamentos da economia brasileira permitem um enfrentamento da crise global sem rupturas. "Na verdade, esse enfrentamento não exige mudança de regime de política econômica do País, diferentemente do que ocorreu no início de 1999. O tripé metas para a inflação, ajuste fiscal e taxa de câmbio flutuante está consolidado e combina resistência e flexibilidade", afirma o BC.

A instituição avalia ainda que a sólida posição financeira externa, com o expressivo volume de reservas internacionais, os superávits comerciais e o financiamento externo baseado principalmente em investimento direto reforçam a percepção de que as turbulências atuais poderão ser vencidas sem rupturas.

Nenhum comentário: